segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Estética (Do gr. aisthetiké, «sensitivo») harmonia de formas e cores
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Letras (Do lat. littèra-, «id.») cada um dos caracteres do alfabeto
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Mãe (Do lat. matre-, «id.») mulher que dispensa cuidados maternais
Desta feita o tema é: MÃES!
Aqui há tempos em conversa com o, já vosso conhecido, Guga, o meu companheiro de dissertações completamente sem nexo mas que preenchem grande parte do nosso tempo de convívio, falávamos sobre o facto de termos vindo os dois "aterrar" no Algarve. Como é que isso tinha acontecido, se alguma vez tínhamos pensado nisso... Eu pela parte que me toca, caí aqui completamente de pára-quedas. Não tinha ligações algumas nem com Algarves, nem com algarvios, tenho algumas pessoas de famílias cá, mas que nem sequer são de cá (acho que no fundo também caíram aqui de pára-quedas), a minha família não tinha por hábito passar aqui férias ao contrário dos 7 milhões de portugueses que estiveram aqui no passado Agosto... enfim... tudo leva a crer que foi mesmo um mero acaso.
Enganada estava eu, e o Guga abriu-me os olhos.
A teoria dele, com a qual eu concordei de imediato, é que, enquanto somos bebés as nossas mães não nos sussurram aos ouvidos músicas de embalar, nem "meu precioso bebé, dorme bem", nem cutshi cutshi nas bochechas. O que elas fazem realmente, quando tudo está em silêncio no T2 alugado nos arredores de Lisboa, quando tudo está calmo e a única coisa que se ouve são os indivíduos lá fora a darem tiros uns aos outros, é sussurrarem-nos ao ouvido "Algarve... Algarve...". Muito baixinho, mas muito intenso... "Algarve... Algarve...". Com que intuito? Com o intuito de "quando formos grandes" eles (os pais, os avós, o cão e o chapéu de sol) poderem vir para o Algarve passar férias "de graça".
Agora é assim: a malta é jovem, se veio para o Algarve, foi para trabalhar e ainda não tem propriamente uma vida muito estável para ter um T2 ou T3. Tem-se um T0 ou T1 (que já é um luxo) e é quando não se aluga apenas um quarto em que apenas se tem acesso à cozinha e WC.
Agora... como é que se põe os avós, os pais, os cães e o chapéu de sol a dormir em tão pouco espaço? Quer dizer até se põe. Os avós ficam no quarto, os pais no sofá cama da sala, o cão pode ficar na cozinha, o chapéu de sol não se importa certamente de ficar na bagagem do carro e nós, os próprios proprietários da casa, ficamos onde?
Depois de uma forma muito sui generis viram-se para nós e dizem: "acho que te iria fazer jeito teres um daqueles colchões insufláveis, para quando recebes visitas". Notem bem: o que eles querem dizer com o "para quando recebes visitas" é "para quando nós viermos cá passar 15 dias em Agosto tu teres onde dormir, ou seja, num colchão quente que arranha e que passados dois dias estás com uma dor tão grande nas costas que até a banheira te parece uma confortável cama de casal com colchão ortopédico e com lençóis de cetim".
Ainda têm a lata de dizer: "mas deixa estar que nós pagamos...".
Outra dissertação que tenho andado a desenvolver é o facto de as mães parecerem saber tudo o que nos vai na alma. São uns seres fantásticos e muito perspicazes que se nós (e agora desculpem-me a expressão) dermos um peidinho elas já sabem que comemos sopa de feijão encarnado e que, se calhar, um bocadinho mais de sal não fazia mal. Isto tudo transmitido por uma chamada de telemóvel, atenção. Basta nós darmos um "Ai" que elas já sabem, só pelo tipo de "Ai" mais agudo, ou mais grave, ou mais ou menos prolongado, se se trata de um ai de felicidade ou de tristeza e se o assunto é amoroso, profissional ou pura e simplesmente... cansaço. Mas é que nunca falham, pá!!!! Isto torna-se muito irritante, garanto-vos. No dicionário devia aparecer como sinónimo de mãe, bruxa! Não das feitiçarias mas sim das adivinhas... Aquela expressão: "Eu não acredito em bruxas, mas 'pero qué las hay, hay'" não é mais de que um reconhecimento a todas as mães deste nosso planeta.
A minha teoria é: quais sexto sentido quais quê!!! Qual amor de mãe. Eu também gosto muito da minha mas não é pelo facto de ela tossir que eu sei quantos cigarros é que ela fumou desde as 8 da manhã até à hora do telefonema!!!???? (Por acaso até sei porque a minha progenitora não fuma). O que eu acredito, sinceramente que se passa, é que as mães, esses seres ternurentos pelos quais temos tanta estima, são maquiavélicas ao ponto de, enquanto nos sussurram aos ouvidos o "Algarve... Algarve..." introduzem-nos nas íris dos olhos umas câmaras telescópicas para que possam seguir todos os nossos movimentos durante a vida toda. Nunca viram um bebe a adormecer? Que abre e fecha os olhos várias vezes? Não está a adormecer nada... está a habituar-se àquele objecto estranho no seu corpo, na sua íris. Porque é que se põe aqueles brinquedos pendurados nos berços? Não é nada para estimular as crianças, mas sim para que as mesmas olhem bem para a frente enquanto que as "queridas" mães lhes furam as pupilas com a micro câmara de filmar. Até inventam nomes de doenças como miopia e estigmatismo só para poderem por micro câmaras topo de gama? Isto é no mínimo de pessoas calculistas que não olham a meios para atingir os seus objectivos. Quando se começa a usar óculos ou lentes somos nós, os filhos, que decidimos? E a primeira consulta quem a marca? E podemos ser nós a escolher o médico? Claro que não "Ah e tal, vamos à Dra. Isabel Castro porque a tia Josefina quando tinha cataratas foi lá e ficou muito satisfeita!". Isto porquê? Porque a “Dra. Isabel” está comprada pelas mães e ao receitar-nos os óculos não está mais a fazer com que de n em n tempo termos de ir lá, para ela ter um motivo para que nós vamos fazer a manutenção à câmara, tal e qual como se faz com os carros.
Chega minha mãe! Amanhã vou pôr uns panos pretos de frente dos olhos! Eu não vejo mas tu também não vês...
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Nostalgia (Do gr. nóstos, «regresso» +algos, «dor», pelo fr. nostalgie, «id.») sentimento de tristeza motivado por profunda saudade
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Chunga (De origem obscura) de fraca qualidade; ordinário, reles
"O Gay Chunga"
Não serei capaz, certamente, de descrever tal espécime porque só vendo se percebe tamanha complexidade da coisa.
Mas com todo o meu esforço vou tentar.
Imaginem um daqueles obrais... chungas ordinários que cospem para o chão, coçam os testículos, assobiam sem dedos enrolando a língua de uma forma que só eles sabem fazer e que não perdoam a passagem de uma rapariga/mulher/ser do sexo feminino. Aqueles que emitem grunhidos de suas cordas vocais que soam a qualquer coisa como: "Oh flor! Dá para pôr?". Aqueles que à porta das tascas seguem com seu olhar "matador" todas as fêmeas que passam enquanto que, com toques de malabarismo, enrolam o palito na boca e conseguem com que este dê uma volta. Aqueles que usam a bela da t-shirt manga cava, que na zona dos sovacos (sim porque estes não têm axilas) exibem uma mancha amarelada que condiz com o belo do calção de tecido pelos joelhos que de tão baixa cintura se consegue o "mealheiro" entre a zona do tronco e das pernas. E claro... aquele que usa o fio de ouro por entre os seus másculos pelos no peito com a cruz de Cristo pendurada...
Agora imaginem esta mesma personagem... Gay!
Não joga, não é compatível, parece impossível existir... mas existe e eu tenho testemunhas. estava num café de uma esquina da Avenida Almirante Reis, bem pertinho da Alameda.
Peguem na personagem descrita atrás e tirem-lhe 20 anos e os amarelados dos sovacos (aqui já se pode chamar axilas). Substituam os calções por umas jeans bem apertadinhas (que é para os tin-tins ficarem bem apertadinhos para conseguir ter AQUELE andar), com correntes que ligam a presilha aos bolsos de trás. Retirem o palito e substituam pela cruz de Cristo que está pendurada no fio e misturem-lhe uma pastilha elástica. O grunhido desaparece e é substituído por uma voz assim como que...um homem a tentar imitar uma mulher a falar e tentando sempre pôr (e nunca percebi porquê) um sotaque meio de Cascais. Ah... e obviamente, substituam a fêmea por um macho.
Deixem tudo o resto. Forma de estar, a micose que insiste em atacar, o mesmo palavreado ordinário, o mesmo movimento de língua que, acrobaticamente, vira o palito, ou neste caso, a pastilha e a cruz, a mesma t-shirt de manga de cavas... tudo igual mas em versão Gay.
Só vendo é que dá para acreditar e eu tive esse privilégio.
Claro que, não pude evitar, e imaginei-o logo no meio de uma das "minhas" obras.
Eu não queria estar na pele dos operários seus colegas. Sim porque sendo "obral" tem uma aptidão natural para piropos do mais rasco que pode haver, sendo hetero, bi, a ou homossexual.
Mas sendo este ultimo havia de ser o festival.
Aí não seriam as meninas ingénuas que passam por debaixo dos andaimes das obras as vítimas dos obrais, mas sim estes últimos, as vítimas de seu próprio colega, o Gay-Chunga. Ele seria o leão, eles seriam os veados (em português claro, porque em brasileiro os papeis invertem-se).
Já estou a imaginar esta alma na obra com o capacete pendurado na presilha das calças a correr por aqueles andaimes "a fora" atrás dos ditos veados, com sua voz anasalada a gritar:
"Oh minha flor, sua puta! Com esse teu pandeiro, não ias só obrar a minha casa, não!!!"
P.C.P: espero não ferir susceptibilidades com este meu post...