quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Conduzir (Do latim conducĕre, «idem») dirigir um veículo

Na sequência de uma ida a Lisboa na minha hora de almoço…



… não sei se já expressei aqui o quanto eu gosto de conduzir. A minha dúvida é se gosto mais de conduzir em Lisboa ou no Porto. Como no Porto acho que só conduzi uma vez e não me lembro (não, não estava embriagada, apenas não me lembro da experiência), escrevo com base na minha experiência de condução em Lisboa, minha terra natal.

Eu até me considero altamente desenrascada. Não deixo de ir a lado nenhum só porque é em Lisboa. Acho que o facto de ter tirado a carta de condução na cidade das sete colinas, me ajudou em muito… a escola era ali mesmo ao lado do Técnico e para ir “treinar” a minha condução tinha de passar por sítios como Areeiro, Relógio e na própria da Alameda… enfim. De notar que na primeira aula de condução (e esquecendo o facto de o meu pai já me ter anteriormente ensinado a andar de carro e de mota em caminhos de cabras), comecei logo por fazer um ponto de embraiagem numa rua (a subir), cujo pavimento é calçada portuguesa com carris (nos “antigamentes” passava ali o eléctrico). Isto tudo às 9 da manhã em frente a um colégio cheio de miúdos que entravam, também às 9h00, nas suas aulas. Foi um bom “estágio”, por assim dizer. Mas tudo correu bem… passei à primeira, com algum esforço, porque ia batendo numa senhora, que transportava um carrinho de bebé, que estava a passar a passadeira… também não percebo porque é que aquela senhora estava ali àquela hora…

Como estava a dizer, apesar de me considerar desenrascada e não ser impeditivo para mim ir a qualquer lado que seja, mesmo que seja em Lisboa, encaro cada viagem que lá faço como uma experiência radical. É mais ou menos radical consoante levo o meu “porsche” ou o “tractor” do meu esposo. Gosto de lhe chamar porsche, ao meu boguinhas, que pouco maior é que um Smart, tal como gostaria que o meu marido me chamasse Heidi Klum. Ainda um dia gostava de o ouvir dizer “oh Heidi, traz-me aí uma “bejeca” que vai dar o Benfica”. Tractor é o nickname que dou ao carro dele pois… para mim aquilo é um tractor. Não é uma carrinha… Na minha singela opinião, estacionar aquilo ou uma chaimite é exactamente a mesma coisa.

Mas, ontem, decidi que, hoje, tinha de ir a Lisboa na hora de almoço. É que ainda por cima, teria de ir a uma zona que não conheço particularmente pois não está na rota que habitualmente faço. E pelo que sei não chega lá o metro… mas eu sou corajosa e com uma mentalização de 12 horas lá fui no porsche…

Pois que tinha de dar “bostix”, com um final feliz, mas deu bostix. Porque cada vez que vou a Lisboa e por mais que faça um reconhecimento do caminho no meu amigo Google Maps, dá sempre bostix. Mas não considero que a culpa seja minha. Considero que a sociedade não me compreende.

Para lá tudo bem até ao ponto de ter de virar à direita ou à esquerda e não ter na minha memória visual do Google Maps essa informação. Virei à esquerda e era à direita… outra das coisas que já me habituei (além de não saber a esquerda e direita) é que a minha intuição ao nível do trânsito, ser sempre contrária à melhor escolha. Já me habituei… eu e o meu marido que faz sempre o contrário do que eu digo… um dia destes quis-me armar em marota e quando ele me pediu opinião sobre se havia de ir por um sítio ou por outro, eu pensei e disse-lhe o contrário. Ele claro que fez o que eu não disse (mas que pensei ser a melhor opção.. e eu ri-me para dentro do tipo “já te apanhei”… pimba… havia um acidente…

Continuando… depois de ter tomado o caminho errado só sosseguei quando vi um cemitério (isto é horrível mas foi mesmo o que aconteceu) e lá fui eu estacionar num sítio que eu já sabia que se não houvesse lugar no exterior, tinha sempre a hipótese de por no parque de estacionamento (os meus melhores amigos). Depois de passar 10 lugares em que eu achava que não cabia, mas o carro que estava atrás de mim, sendo do dobro do tamanho do meu porsche, cabia, lá encontrei um lugar à “nossa” medida. Fiquei contente por não ter de recorrer ao parque de estacionamento.

Logo que saio do carro entra outro dos meus stresses… a minha mania da perseguição. Não posso ver alguém sozinho na rua a olhar em volta que acho logo que aquela alma me vai assaltar. Corri para o parquímetro, voltei a correr para o carro, e lá fui eu qual Rosa Mota na maratona a correr para a loja onde tinha de ir… cheguei. Estou viva. Claro que entre chegar e não chegar fui fazendo logo o filme todo na cabeça, que me iam roubar tudo e que não sabia sequer o número de cor do meu mais que tudo para lhe pedir auxílio caso fosse assaltada. Já me estava a imaginar a ter de entrar num café e ter de pedir encarecidamente ao Sr. de avental e a suar por todos os lados que me deixasse telefonar ao meu chefe a avisar que não podia ir trabalhar porque tinha ficado sem nada. Enfim…

Na loja tudo bem, tratei dos meus assuntos e lá fui eu correr a segunda meia maratona do dia… desta vez não “engendrei” nenhum cenário de morte e sangue na minha cabeça, talvez porque ia a pensar no projecto consequente da minha ida àquela loja e que espero não ser motivo de divagação neste blogue.

Entrei no carro sã e salva mas um bocado suada… e lá fui eu. A única coisa que tinha de fazer era seguir as placas da A5. Mas não… não gosto das coisas simplificadas. Estava eu em Campo de Ourique e queria ir para a A5. Mas, “nos entretantos”, passei por Prazeres, Meia Laranja, Rua Maria Pia, Campolide, Radial, Benfica, IC19, CRIL… ah… CRIL mas seria no sentido de Algés… para quê simplificar… vamos às Portas de Benfica que tem uma rotunda bem jeitosa para se fazer… trumbas… volta para trás… volta às CRIL desta feita no sentido certo… seria difícil desta feita enganar-me mais uma vez. Não, não me enganei.

Uma coisa que me irrita também muito é o facto de os carros grandes normalmente de marcas associadas a uma espécie de “alta sociedade” acharem que por serem mais caros, têm mais direito à estrada do que eu que paguei meia dúzia de euros por um carro em 23ª mão mas que me leva onde eu quero sem gastar muito… eu tenho o rabiosque grande e não é por isso que quando vou a um restaurante peço duas cadeiras ou duas doses de bife… emproados do caraças. Que nervos que aquilo me mete… é que depois ainda se põem a olhar pelo espelho retrovisor com ar de desprezo do tipo “tira o chaço da frente que o meu é mais bonito e maior que o teu…”. Era uma lambada a cada um e resolvia-se o problema…

Com isto tudo cheguei 5 minutos antes da hora de entrada, com as compras feitas, com carteira e telemóvel, e o meu Porsche continua ali a brilhar como se de um dente de ouro de boneco animado se tratasse. Fiz esta analogia porque apesar de cinzento, o meu carro está tão sujo que mais parece castanho, mas como o castanho não brilha, fui buscar o mais parecido que é o ouro.

Se eu ganhasse o Euromilhões iria viajar, sim. Compraria a minha casa, sim. Ajudaria a minha família, sim. Gastava balúrdios em futilidades, sim. mas antes de tudo “comprava” um motorista/guarda costas! Ai comprava, comprava…

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Comando (Derivação regressiva de comandar) dispositivo que faz funcionar aparelhos à distância

Na sequência desta notícia

…estou lixada com "F" grande como se costuma dizer. Se com o comando já é um vem e vai de canais a saltarem entre si, se isto vai para a frente e chega a Portugal, é desta que adiro àquele grupo restrito de pessoas que não tem tv em casa.


Vai ser uma guerra… é que somos um agregado familiar que, ainda por cima, tem a característica de ter olhos tipo… grandes!!!! E eu fico a perder… ah pois fico…porque apesar de grandes, os meus olhos não chegam ao tamanho dos da minha monstrinha e do meu prezado marido.

Já estou a imaginar os domingos de manhã passados no sofá, a serem trocados por domingos de manhã passados estendida no tapete a babar-me com um ataque epiléptico, de tal estímulo visual a que vou ser sujeita. Já estou mesmo a ver-me a assistir a uma "guerra óptica" entre a "monstrinha" e o seu pai para ver quem é que consegue mudar o canal mais depressa… é que, diga-se de passagem, aqueles olhinhos de bezugo devem conseguir atingir um grande “sinal”… não deve haver cabo coaxial que consiga fazer frente àqueles meninos. Aquele LCD de 40 e não sei quantas polegadas até vai arder de tanto trabalhar. Vai ficar com os pixels a bater palminhas… Acho que vou desactivar o recuperador de calor pois a LG vai trabalhar… e muito! “Até fa’fumo!!!!”.

Imagino os dois sentados no sofá… trumbas pisca aqui e vemos o Macaco Oliver no BabyTV, trufas pisca ali e continuamos a ver macacos mas desta feita no National Geographic. Mais uma piscadela e muda pró Jam não sei das quantas para ver desenhos com vozes muito irritantes… e o pai abre os “faróis” e lá estamos nós a ver Curling na Eurosport… não haverá sossego nunca mais naquela casa… é que o comando eu posso esconder e a preguiça, esse pecado mortal, gera uma certa no corpo… mas o zapping à distância de um olhar???? “oh meu amigo…” nem com vendas, que aqueles olhinhos requerem muito tecido…

Haja esperança que isto não chegue cá…

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Citadino (Do latim *civitatīnu-, «idem») aquele que habita na cidade



Vivo no campo e gosto. Não foi algo com que sempre tenha sonhado. Eu sou gaja de cidade, que gosta de andar de transportes públicos e ter um centro comercial em frente à porta de casa. Gosto de ter os meus amigos à distância de uma estação de metro e os bares ali bem perto de tal forma que se for sair para beber uns copos não tenha de pagar mais de 10 euros para apanhar um táxi e estar à porta de casa… sou citadina sim.

Mas os meandros da vida trataram de me trocar as voltas. Não conseguia nunca pôr um passarinho na gaiola. E considero que nesse aspecto o meu marido é um passarinho e ainda bem.

Tenho uma casa que nunca teria em Lisboa, tenho um cão e quero ter mais, tenho uma filha que se delicia por ao fim da tarde estar junto da piscina a atirar bolinhas ao canídeo enquanto diz “dá tim… iiiii” (que significa “Dá Martim, aqui”). Tenho mais… tenho a oportunidade de todos os dias acordar com os pardais a cantar, chegar a casa e desligar de tudo o que aconteceu nesse dia e tenho uma coisa que nas cidades não conseguiria ter… silêncio e sossego… uma das coisas que não tenho é vizinhos para me chatear a cabeça quando por exemplo arrasto um aquecedor pelo chão às 21h30… enfim… dou-me ao luxo de dar jantaradas aos meus amigos e familiares, até altas horas da noite sem que me pese a consciência. E isto tudo a 20 minutos de Lisboa. Não me parece de todo uma má escolha…

Tudo isto fica tremido quando aos sábados de manhã acordo, vou “cheirar” a natureza à minha varanda com vista para a piscina e de repente, me deparo com uma cobra!!!!

Enfim… se há animalzinho que me faz impressão é aquele (de toda a espécie e feitio) que se apresenta com uma pele viscosa e que parece que foi saída de um spa e submetida a massagens com óleos. Valha-me o meu “Manel” que tem coragem de leão e entre vassouras, pás e demais instrumentos de tortura de répteis e afins lá vai buscar forças não sei onde para “tratar” do animal. Resta-me também o instinto animal do meu canídeo que lá se vai entretendo com os ditos bichos e os vai afastando ou simplesmente roendo-lhes os rabinhos que ficam a dar a dar.

Este fim de semana foi assim. E o que me irrita nos citadinos (iguais a mim) é que quando lhes conto o episódio oiço coisas como “ah… mas isso é bom! Onde há cobras não há ratos!”. E quem lhes disse a eles que eu prefiro cobras a ratos? Confesso que, não morrendo de amores pelos roedores e não querendo de forma alguma que me entre um pela casa (e já sei que os ratos são transmissores de doenças blablabla…) não me causa tanto asco ver um rato como ver uma cobra ou outro réptil qualquer.

Algo que também me “enfurece” é quando, ao contar o triste fado dos animais selvagens que pela minha “quinta” aparecem, os citadinhos me dizem “coitado do animal. Mataram-no?”… respostas possíveis que me passam pela cabeça:

- “Não… devolvi-o ao seu habitat natural, para que ele a qualquer momento me pudesse visitar de novo”

- “Não… tenho-o num aquário no meio da sala!”

- “Não… tenho-o embrulhado numa caixinha para te trazer de presente. Quando é que fazes anos?”

Ou ainda:

- “Não… estou à espera que tu vás lá casa tratar dele pois acho-te uma pessoa muito mais consciente e mais amiga dos animais do que eu!”

Rai’s partam os citadinos…

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Gnomo#2 (Do gr. gnómon, «que habita a terra») espírito que, segundo a crença dos cabalistas, preside à Terra e a tudo o que ela contém


Eu acredito em duendes. Sim… acredito que existem criaturas a viver por baixo da IC19 e acredito ainda mais que essas criaturas têm famílias a viver no sótão de minha casa. Caso contrário como se explicam os sons que vêm de lá?


Mas são criaturas noctívagas, que só saem do sótão quando nós estamos a dormir (talvez por durante o dia estarem a trabalhar nas catacumbas da IC19, não sei… ver aqui).

Mas é irritante.

Estes “meninos” são gajos para enquanto eu estou a dormir me irem ao frigorífico comer os restos que penso que vão durar para toda a semana (por mais que cozinhe nunca chega), são meninos para me beber litradas de leite (nem quero fazer as contas ao leite que compro por mês), são “meninos” que vãos aos nossos armários, vestem as nossas roupas, dão-se ao luxo de as lavar na nossa máquina (a avaliar pelas contas de água e luz que tenho de pagar todos os meses) e ainda têm os desplante de as deixar no cesto da roupa para passar a ferro para que aqui a “Maria” amoche algumas 27 horas seguidas… é impossível um agregado familiar de 4 membros em que um anda sempre nu pois é canino, vestir tanta roupa e sujar tantos interiores e roupa de cama e de casa de banho!!!

Mais… estes meninos aproveitam-se do meu descanso para durante a noite desarrumarem a casa toda… quando me deito a casa está arrumada, quando abro os olhos já está tudo de pantanas!!!??? E o lava-loiça? Que me bebam o leite e comam torradas tudo bem, “comidinha não se nega a ninguém”… mas que lavem a loiça!!!! É o mínimo…

Estou indignada, porque além disto tudo, e atenção que apesar de saber da existência deles nunca lhes cobrei nem renda nem condomínio, os gajos ainda me vão à carteira…

Estou indignada…

Pronto… já me indignei!!!!

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Sotque (De origem obscura) pronúncia particular de uma pessoa de determinada região

É tudo uma questão de sotaque… e de mania que se sabe mais do que os outros.


Num dia destes, numa cadeia de lojas de roupa cujo nome não posso dizer, estava eu na fila para pagar e atrás de mim estava uma senhora “supé tia” com o seu filho que provavelmente se chamava “Bernardo Maria”.

A supé tia, pelo que percebi, tinha problemas de vista (e não só…). Estava ela com um top básico na mão quando pede ao “Bernardo Maria” que lhe leia a etiqueta porque, e transcrevendo as suas palavras “se não for 100% de algodão não posso levar. Veja lá, querido. Veja se é 100% algodão”. O “Bernardo Maria”, que tinha o ar mais fatigado deste mundo leu a etiqueta em que dizia “100% cotton”. Com a maior boa vontade que conseguiu diz (e agora vou tentar escrever exactamente como o B.M. disse): “podes usar que é 100% CÓTÓNE”. Resposta da supé Lili… “que horror querido. Não é CÓTONE é CÓTÔN” (sotaque francês)…

Ora bem… a Ti’Lili até podia ter razão não fosse o algodãozinho estar escrito em inglês… mas diz que tudo o que é dito em francês soa melhor. Nem que para isso tenhamos de fazer figuras de anormais armados em “intelectualoides”. Mania a minha de reparar em pormenores…

Vá lá que não pensou que era cotão porque esse sim é tramado para os alérgicos.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Loucura (De louco+-ura) estado de louco; alienação mental









Citando Pessoa, Fernando

"A loucura, longe de ser uma anomalia, é a condição normal humana. Não ter consciência dela, e ela não ser grande, é ser homem normal. Não ter consciência dela e ela ser grande, é ser louco. Ter consciência dela e ela ser pequena é ser desiludido. Ter consciência dela e ela ser grande é ser génio."


Há dias em que acordo e apetece-me extravasar. Gostava de recuar 10 anos na minha vida apenas para "ter idade" (e "condição mental") para cometer algumas loucuras.

Hoje de manhã, ao ir para o trabalho, fiz uma lista mental do que me podia divertir (imenso) naquele momento.


1º - Ir para a fila do MacDrive do MacDonalds a pé…


2º - Telefonar para a linha de apoio TMN às 4 da manhã e dizer que não tinha nenhum problema com o telemóvel mas que me apetecia falar com alguém e os meus amigos estavam todos a dormir…



3º - Ocupar um lugar de estacionamento com parquímetro, tirar um ticket para uma tarde inteira, colá-lo na testa e ser inspeccionado por um "emelga"…


Tudo se desmoronou quando piquei o ponto.

domingo, 11 de março de 2012

Re-editar



verbo transitivo - (De re-+tomar) - dar continuidade a (algo interrompido); continuar



in http://www.infopedia.pt/




8 da manhã de domingo. Filha e marido dormem, televisão apagada, cão não ladra… que silêncio!





Em frente ao computador duas janelas estão abertas: uma, que desenha uma monstruosa folha de Excel que deverá estar pronta daí a 12 horas. A outra… ah essa outra janela que se apresenta de azul imitando um e de Explorer, diria mais, de internet Explorer, que pisca apresentando um brilho semelhante ao que nossa senhora de Fátima deveria incandescer quando do seu aparecimento a Lúcia, Francisco e Jacinta… qual escolher?





Passados 2 morosos segundos… "Ok, vou recuperar o meu Blogue"!